1A0FF6D61 Pre socraticos Justica e Cosmologia

Faculdade São Geraldo
Diké, Thémis, Dikaosyne
PRÉ-SOCRÁTICOS: JUSTIÇA E COSMOLOGIA

Os pré-socráticos estão entre aqueles que primeiro pensaram. Se Aristóteles, Platão, Sócrates se notabilizaram na história da filosofia ocidental não foi sem consideração direta ou indireta ao trabalho de reflexão a que se entregaram estes primeiros vultos que se dedicaram a conhecer a causa de todas as coisas. É impossível falar da filosofia pré-socrática sem mencionar a passagem dos gregos de uma faze mítica, correspondente ao período histórico homérico da cultura grega (anterior ao séc. VIII a. C.), a uma fase racional, por intermédio da transição entre a cosmogonia (origem do cosmos a partir da relação entre as forças vitais) e a teogonia (origem dos deuses a partir da relação sexual entre eles, criando heróis, tias, deuses e homens) em direção à cosmologia (conhecimento racional que explica a origem das coisas a partir de princípios).

A Justiça na tradição de Homero
Apesar do foco de Homero estar voltado para a descrição das virtudes do herói, isto não significa que dentre as aretai não se destaque a diké em meio aos grandes temas da cultura grega deste período. A poesia de Homero é, portanto, um portal para entender o processo de formação da cultura grega, de um modo mais geral, mas também para entender as diferenciações surgidas entre os diversos usos e empregos dos termos thémis, diké e dikaosýne na cultura grega.
A poesia homérica está impregnada pela noção de Destino (Ananké), como responsável pela distribuição social dos homens, assim como de seus valores, riquezas e condições, o que, de fato, somente ajudou a justificar durante vários séculos a irregularidade tanto das condições de vida, quanto da distribuição da justiça, e fez do homem objeto passivo do mundo dos deuses, joguete das vontades, das iras ou das discórdias entre os deuses.
Há, portanto, a partir da poesia de Homero, que se divisar o quanto a imagem da justiça não está associadas às condições