190 E teoria do medo

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Apresentado por Roberto Aciolli, o programa “190 Paraná” vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 08:00 e 11:30 para Curitiba e região e Londrina e região, pela CNT. De característica altamente popular, o programa é focado nos acontecimentos policiais da região, procurando cobrir crimes e os mais sórdidos desvios de conduta encontrados em nossa sociedade. Claramente direcionado para as classes menos abastadas (geralmente donas de casa ou aposentados das classes C e D), o 190 apela constantemente para o sensacionalismo, não apenas apresentando fatos, mas pregando idéias sobre esses acontecimentos através do poder de persuasão de Aciolli, que sempre apresenta as “soluções” para os crimes que noticia. Geralmente essas soluções são cadeia ou linchamentos, nem sempre sugeridos de forma velada. Roberto Aciolli apresenta o programa com aquela tipicidade encontrada em apresentadores políticos, ditos defensores dos menos favorecidos: conversa direta com o telespectador, vontade de solucionar todos os problemas da região, frases de efeito – curtas e bem grossas -, posicionamento de justiceiro em prol dos telespectadores. O apelo do programa é explícito, bem como sua predileção para os crimes mais bárbaros, quanto mais sangrento melhor. Chega a ser controversa a posição de querer acabar com a marginalidade quando, na realidade, a impressão que temos é que as notícias mais esperadas pelos editores, produtores e apresentador são justamente as que retratam a violência na cidade. É o que dá ibope. Um exemplo claro disso é uma postagem no perfil do twitter do programa, que pode até causar espanto aqueles que não são familiarizados com esse tipo de programação.

Por esse comentário, além de percebermos o que é noticiável para eles, podemos ver a influência da mídia no cotidiano da sociedade, e como ela – ou pelo menos o 190 – dissemina o medo ente a população. Não é apenas uma chamada para o que será transmitido no programa, é um alerta, quase uma

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