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REGIONAL NO BRASIL*
Wilson Cano**
Gostaria de pautar minha intervenção neste Seminário através de uma discussão, cujo título poderia ser Perspectivas para a Questão Regional no Brasil. A mesma está centrada em três pontos: o primeiro, sobre o qual vou tentar discorrer o mais rápido possível, é o transcurso dessa temática na economia brasileira; o segimdo envolve o tema na questão intemacional; e, no terceiro, tentarei especular um pouco sobre o tema dentro do contexto atual do Brasil.
Em primeiro lugar, começaria lembrando que a questão regional e o tratamento a ela dado têm, no período pós 30, uma ampliação de sua discussão, de sua sustentação política e de seu tratamento a nível da política econômica já desde o Primeiro Governo
Vargas, principalmente a partir do Estado Novo, e notadamente no Segundo Governo
Vargas. E a temática adquire um corpo de maior reflexão, de teorização, de ação política e de ação de política econômica principahnente pós 1960, que é a segunda fase da integração do mercado nacional, É quando as assim chamadas políticas de desenvolvimento regional passam a figurar oficialmente na agenda do Estado.
Todo esse transcurso, até o final dos anos 70, é um transcurso em que essa política econômica esteve presente. A ação do Estado foi muito vigorosa, seja direta, seja indiretamente, através da constituição de incentivos fiscais e da implantação de plantas industriais públicas e privadas. Contudo, da mesma forma que no contexto nacional, essa ação do Estado esteve muito afastada de maiores preocupações sociais mais diretas. Isso a despeito de que o pretexto para o desenho das políticas de desenvolvimento regional nos anos 60 tenha sido exatamente o fato de que, pela primeira vez, a televisão mostrava ao País a crueldade da miséria e das grandes secas nordestinas.
Então, a despeito de que a pobreza e a questão social tenham sido o motivo que constituiu o primeiro conjunto de desenhos de políticas de desenvolvimento