A alelopatia teve grande desenvolvimento nos EUA, durante os anos 1939-1945, época da segunda guerra mundial, quando muitos fisiologistas, trabalhando em projetos bélicos, fizeram um grande número de descobertas acidentais sobre interações alelopáticas, nas plantas do deserto da Califórnia. Uma dessas plantas, pesquisada como uma possível nova fonte de borracha, fornece um bom exemplo de como a alelopatia pode ser um fator limitante para a própria espécie da planta: Parthenium argentatum, da família das Compositae, conhecido como “guayule”, ou planta da borracha. Observou-se que os pés de guayule que ficavam na borda da plantação sempre cresciam melhor do que os pés que ficavam no meio, e o fenômeno não se devia a competição por água ou sais minerais, pois rega extra ou aplicação extra de minerais não eliminava o problema. A causa era uma toxina exsudada pelas raízes do guayule, que causava auto-inibição e parecia não afetar outras plantas. As mudinhas que não conseguiam se desenvolver sob plantas grandes de Parthenium, se desenvolviam muito bem sob a copa de outros arbustos. Foi identificado o ácido cinâmico como sendo a toxina responsável pelo efeito, presente no exsudato das raízes. O ácido cinâmico é cem vezes mais tóxico para o próprio guayule do que para outras espécies de plantas, como o tomate, por exemplo. O resultado prático desse conhecimento é que, para garantir uma boa produção de borracha, o guayule deve ser plantado com um espaçamento mínimo entre as mudas, de modo a não acontecer a auto-inibição. Talvez no ambiente nativo da planta, a toxina produzida sirva para inibir o crescimento de competidores de outras espécies.