1276 7140 2 PB
p. 55 - 68
Eclair Antonio Almeida Filho (UnB )
Amanda Mendes Casal (UFOP)
Mas foi preciso então que ela (a língua) passasse por um terrível mutismo, passasse pelas mil trevas densas de uma palavra assassina. Ela passou sem se dar palavras para aquilo que havia tido lugar. Mas ela passou por esse lugar do
Evento. Passou e pôde novamente retornar ao dia, enriquecida de tudo isso. Foi nessa linguagem que, durante esses anos e os seguintes, eu tentei escrever poemas.
(Celan apud BLANCHOT, 2002, p.101)
Resumo
Da amizade entre Maurice Blanchot e Georges Bataille, erra-se em busca de como a apreensão (que escapa no impossível) da experiência está para um e para outro convocada na exigência de escrever. A experiência no escrever é a vida ela mesma ou a vida se retrairia na escritura, sendo a retração o que liga vida e escritura? No esvaziamento de toda questão, os récits Madame Edwarda (Bataille) e La folie du jour
(Blanchot) escrevem-se sob a atração do impossível real.
Palavras-chave: experiência; desastre; escritura; vida.
Abstract
From the friendship among Maurice Blanchot and Georges Bataille, we wander in a search for knowing how the aprehension (that escapes off towards the impossible) of experience is for one and another cited in an exigence of writing. Is the experience in the writing life itself ? Or would life retract itself into the writing, so that its retraction is what brings together life and writing? In a rendering empty all questions,
Bataille’s Madame Edwarda and Blanchot’s La folie du jour récits write themselves under the real impossible attraction. Keywords: experience; disaster; writing; life.
Ao invés de falar diretamente sobre experiência em Bataille e Blanchot como talvez possa assinalar a disposição do nosso título, evoquemos dois ensaios de Roger Laporte:
“Georges Bataille: un cri de coq en plein silence” e “C´est le désastre obscur qui porte la