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A Catedral mais alta da América Latina, um monumento onde o tradicional e o moderno se misturam. Minha fotografia quer mostrar a Catedral não somente por seu cenário postal, quero fazer um convite ao pensamento da eternidade, das coisas de Deus e da fugacidade daquilo que é terreno, efêmero. É o olhar do peregrino que se afasta do mundo para ficar mais perto de Deus, Este, na sua infinita grandeza e o primeiro na sua humilde pequenez. Ainda que os sentidos que esta imagem possa adquirir não se esgotem e nem possam ser totalmente captados, este é meu ponto de vista. Na noite que a fotografei havia chovido muito e naquele momento o tempo começava a “limpar”. Isto fez com que surgissem nuvens que se moviam rapidamente pelo céu e se rompiam ao atingir a cruz da igreja. Assim como se as nuvens fossem todas as coisas materiais, mundanas que existem e passam e a Igreja, intacta, na representação de Deus através de um monumento de força, de concreto, não se abala. Este foi meu ponto de interesse, era este o momento que queria captar. Para isto o tempo de exposição foi instantâneo, o ajuste focal e a profundidade de campo com o diafragma da câmera mais fechado tornou tudo mais nítido, é possível ver claramente suas texturas, o contraste claro/escuro com a luz na medida exata. Escolhi o ângulo de contra-mergulho que ressalta a grandeza e a força do monumento. O enquadramento é vertical, com plano de vista parcial. Todo conjunto de fatores técnicos se integram atingindo a plenitude da expressão plástica desejada: a imagem de um monumento em concreto e vitrais de formas inovadoras em combinação com a mesma fé, perene, imortal, que permanece e se conserva.
Valéria Clososki
R.A. 990257-2
Moda Noturno.