12 Valsas de esquina mignone
Centro de Ciências Humanas
Bacharelado em Instrumento – Piano
AS 12 VALSAS DE ESQUINA PARA PIANO DE FRANCISCO MIGNONE: uma abordagem interpretativa por meio de seus sons, cores e timbres
RAFAEL CALESSO URBANOVICZ
BAURU
2008
1 INTRODUÇÃO
1.1 Situação problema
Francisco Mignone, compositor brasileiro apresenta em suas Valsas de Esquina um rico universo de brasilidade. Neste contexto os pianistas, ao executarem tais obras, devem valer-se de técnicas interpretativas capazes de expressar esta brasilidade, tais como timbrar um som característico segundo a intenção do compositor aliado a subjetividade do intérprete, conhecimento prévio da brasilidade musical, antecedentes histórico-sociais e biográficos da vida e obra do compositor, etc.
1.2 Fundamentação teórica
1.2.1 O compositor sua vida e sua obra
Francisco Mignone nasceu em São Paulo, no dia 3 de setembro de 1897, filho do jovem músico italiano Alferio Mignone, flautista que havia emigrado para o Brasil no ano anterior. Ser filho de um músico italiano – profissão mal vista na época – vivendo fora do grande centro dos acontecimentos e das principais instituições musicais do país, o Rio de
Janeiro, era uma origem desfavorável, a não ser para quem estava também destinado a ser músico. Desde muito cedo Francisco Mignone recebeu uma esmerada formação musical estudando flauta e piano; aos 15 anos, ingressou no Conservatório Dramático e Musical de
São Paulo onde passou a ser orientado pelos melhores professores que havia na cidade: seu próprio pai (flauta) e o célebre maestro
Segundo Kiefer (1989, p. 35):
(...) na Itália Mignone estudou harmonia, contraponto, fuga e composição com o célebre mestre Vincenzo Ferroni (1858-1934), que tivera formação francesa como discípulo de Massenet. Seu nome estava ligado à história da música brasileira, pois havia sido colega de Francisco Braga e Alexandre Levy. Mignone solidificou e ampliou seus conhecimentos,