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Ana Maria Dietrich1
Até hoje bem pouco conhecido pela Historiografia brasileira, o Partido Nazista funcionou durante 10 anos (1928 e 1938)2 no Brasil, com representatividade em 17 estados brasileiros e 2822 filiados, em sua maioria alemães natos. O estado de São Paulo tinha o maior número de adeptos com 725 inscrições. As atividades do partido – reuniões, festividades, propaganda, organização da juventude alemã, entre outras - eram de conhecimento das autoridades brasileiras, que só passou a reprimi-lo quando caiu na clandestinidade em 1938. A sede nacional estava estabelecida na então Capital Federal, Rio de Janeiro e a partir de 1934, foi transferida para a cidade de São Paulo.
Os objetivos deste partido em território brasileiro foram vários. Em um primeiro momento, até 1933, quando o partido ainda era embrionário, o combate ao comunismo e favorecimento das eleições de Hitler são colocados como metas. Com o passar do tempo, outros fins foram se agregando: a propaganda das idéias nacionais-socialistas centradas principalmente nos discursos de Hitler, a formação de uma juventude hitlerista, a criação da Grande Comunidade Nacional (Volksgemeinschaft) de alemães residentes além da fronteira do Reich e, finalmente, o repatriamento dos alemães que aqui moravam através de incentivos de trocas de câmbio favoráveis.
Como braço do Partido Nazista alemão, era subordinado, em uma primeira instância, à A. O. - Auslander Organization der Nazi Partei (Organização do Partido Nazista no exterior). Suas operações eram feitas, segundo as investigações policiais3, por células nazistas, entidades civis ou militares, entre as quais, cita-se a Frauenschaft (Organização de Mulheres), Leherschaft (Associação de Professores), Arbeitsfront (Frente de Trabalho Alemã), Juventude Hitlerista entre outras. Tinha uma hierarquia própria e seguia o modelo de funcionamento do Partido Nazista alemão. O partido divulgava suas idéias através de um jornal semanal que funcionava