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Um sonho interrompido Aos seis anos de idade, Neli Berá junto com mais dois de seus irmãos iniciava a vida escolar, não tendo a idade suficiente para começar a estudar, Neli frequentava a mesma sala da irmã, apenas pelo motivo de gostar de ir à aula. Aos sete anos foi matriculada e começou a estudar na primeira série. Sempre sendo uma aluna muito dedicada, ficava em primeiro lugar na sala tendo as melhores notas da turma. Na época, havia poucos professores, então tinha duas a três turmas em uma única sala. Para ter o domínio de no mínimo trinta alunos, os professores eram muito autoritários não poderia ter conversa em sala muito menos caminhar pela mesma, Neli conta que durante a aula caiu à borracha de um colega no chão, por gentileza Neli a ajuntou e a devolveu, então o professor viu a sena e chegou à classe dela, pedindo que colocasse suas mãos juntas e no mesmo momento bateu com a régua sobre elas. Pois esse simples fato os professores já corrigiam seus alunos, pois eles deviam pedir permissão para levantar da carteira. De família muito pobre, passavam muitas dificuldades. Não tinham mochila para ir à escola, colocavam seus materiais em embalagens de açúcar, não tinham roupas e nem calçados adequados para se proteger do frio, muitas vezes chegando à sala de aula Neli e seus irmãos choravam, pois o frio era tanto que suas mãos e pés estavam completamente gelados. Os professores faziam fogo em uma lata para os alunos sentar em volta e se aquecer do frio. Neli tinha o sonho de terminar o Ensino Médio em uma escola de Freiras, e ser Professora, mas apenas concluiu a quinta série, e teve seu sonho interrompido pela grave doença de sua mãe. Com apenas onze anos de idade Neli teve que assumir a responsabilidade de cuidar de seus irmãos de seu pai e também da mãe que teve a doença do câncer de mama, cuidar da mãe era prioridade, pois era a única filha que se dedicava desde dar o banho ate a comida na boca, a doença se alastrou por um ano, então Renilda