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414 palavras
2 páginas
Instituto Educacional DimensãoPsicologia
Cláudio Brasil
Aline Garcia Reichow
462
Velhice
Pelotas, Setembro de 2013
Nossa relação com o tempo varia de acordo com a idade que temos. Quando somos jovens, contamos o tempo vivido até o agora. Quando velhos, a extensão do tempo se estreita e passamos a viver o tempo que ainda nos resta; pois a morte, que negamo-nos a ver ao longo da vida, se aproxima inevitavelmente. Na velhice o futuro fica limitado pela consciência de finitude.
Vivemos numa sociedade onde o futuro é supervalorizado, em detrimento do passado e do aqui-e-agora. Estamos constantemente nos preparando para o amanhã. Fazemos planos para carreira, investimos em cursos, economizamos para ter uma boa aposentadoria... como se o amanhã fosse eterno; acontece que não é!
O "ser velho" de hoje também é produto de nossa cultura, portanto, este sofre as pressões e influências culturais. O velho de hoje também aprendeu, ao longo da vida, a mirar seus olhos para o que ainda está por vir e, portanto, se angustia ao imaginar a morte que se anuncia. Mas, ao pensar no presente, depara-se com os lutos das perdas que já teve e, por isso, é comum que se refugie no passado e em suas recordações.
A temática do tempo, embora não de forma explícita, é abordada em alguns textos freudianos, como em "Além do princípio do prazer." (1920)
O tempo psicológico é diferente do tempo cronológico.
O tempo cronológico constitui-se na sequência passado-presente-futuro, mas, para nossa psique, esta ordem é subvertida. Para nosso psiquismo o tempo não é linear, é no presente que avaliamos o passado e, quando o rememoramos lhe damos novos significados. Além disso, é a partir das experiências do presente que fazemos planos para o porvir.
A passagem do tempo pode ser experiência como algo aterrorizante, pois ataca o narcisismo do sujeito que envelhece, ou seja, ataca a imagem que este tem de seu Eu Ideal da