100errosdeportugueFrequentes

5940 palavras 24 páginas
Os 100 erros de português mais frequentes
Autor desta compilação: José Cesamildo Cruz Magalhães, graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB), e-mail cesamildo.cruz@embrapa.br

1 – “Vamos estar enviando amanhã”. O gerundismo talvez seja a maior chaga da língua portuguesa atualmente. Esse vício horrendo surgiu a partir da tradução – literal e impensada – para o português dos manuais de telemarketing, originalmente escritos em inglês estadunidense. Nesses manuais, aparecia a expressão We will be sending
(something) out tomorrow, que transmite a ideia de um futuro em andamento, muito estranha para o falante de português. A tradução literal dessa expressão, feita por pessoas despreparadas, propiciou o surgimento da intragável estrutura Vamos estar enviando (algo) amanhã, que rapidamente se espalhou entre os menos esclarecidos.
Não há na língua inglesa um tempo verbal específico para se referir ao futuro.
Para suprir essa deficiência, o falante de inglês utiliza formas diferentes para se referir ao tempo futuro, dependendo da maior ou menor possibilidade de um evento ocorrer.
Quando a possibilidade é muito grande, o falante utiliza o present continuous; à medida que essa possibilidade diminui, ele utiliza as formas be going to, will, may ou might. No português, há duas formas para se referir ao futuro: o futuro do presente do modo indicativo (enviaremos) e a locução verbal formada por um verbo auxiliar flexionado e um verbo principal no infinitivo (vamos enviar ou iremos enviar).
O português é uma língua de origem românica, derivada do latim vulgar, e o inglês é uma língua de origem germânica. Esses idiomas pertencem a famílias linguísticas absolutamente distintas e, portanto, têm sistemas linguísticos profundamente distintos. Por essa razão, as soluções adotadas por um desses idiomas não devem de forma alguma ser adotadas pelo outro, porque a partir desse erro podem surgir aberrações inaceitáveis como o gerundismo.
Todos já devem ter ouvido esta frase: “Nem

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