1 PATOG NESE DAS LES ES
CARIOSAS
A partir do momento que surge a primeira porção de estrutura dentária na cavidade bucal, os microorganismos aí presentes dispõem de uma superfície dura, diferente daquela dos tecidos moles (descamativos), que não descama. A partir daí, os microorganismos têm a oportunidade de se aderir a uma superfície, se multiplicar e crescer (Gibbons, 1977). Para que isso não ocorra, será necessária a ação de uma força mecânica que desorganize a colônia bacteriana e impeça seu crescimento. A exposição de tecidos dentais duros na cavidade bucal demanda que, para impedir o crescimento de massas microbianas, seja necessário haver uma atrição mecânica regular. O balanço entre o grau de forças mecânicas, o potencial para crescimento de massas bacterianas e as reações dos tecidos dentais formam a base da patologia das lesões cariosas.
Sobre todas os tecidos biológicos expostos ao ambiente externo podemos encontrar bactérias, porém isto não implica em alterações patológicas. Não é preciso ter a uma pele esterilizada para que ela seja saudável. O mesmo é válido para os dentes, que só podem sofrer processos cariosos após a exposição ao ambiente oral, porém a simples presença de bactérias sobre seus tecidos não implica na formação de uma lesão cariosa. Os mecanismos que regem a organização dos microorganismos sobre superfícies em ambientes naturais determinam que, para haver crescimento (e não apenas colonização) bacteriano é necessário que não haja forças mecânicas suficientemente fortes para remover as novas bactérias formadas. Estas, por sua vez, à medida que vão se multiplicando, elaboram uma matriz extracelular que isola a colônia das influências externas, formando um biofilme espesso, podendo alterar a superfície sobre a qual se encontram (Costerton, 1987). Estes mecanismos também regem a interação entre microorganismos e tecidos dentais duros na cavidade bucal. As informações que seguem podem ser encontradas em Thylstrup et al. (1994).
Assim que