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Humilhação Social Um problema político:A humilhação social poderia ser diagnosticada como uma doença que vai corroendo os alicerces de uma sociedade capitalista voltada exclusivamente para tê-lo sem se dar conta que o mais importante ainda é ser assim ela se arrasta a anos passando despercebida como doença, contaminando quem dela se aproxima, haja vista a multidão carcerária que se aglomera em celas superlotadas uns sobre os outros em condições desumanas. Os temas da Psicologia Social incidem justamente sobre problemas intermediários, difíceis de considerar apenas pelo lado do individuo ou apenas da sociedade. A humilhação crônica, longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, è efeito da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do âmbito intersubjetivo da iniciativa e da palavra. Mas è também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar. A humilhação vale como uma modalidade de angustia e, nesta medida, assume intensamente-como um impulso-mórbido- o corpo, o gesto, a imaginação e a voz do humilhado. Achamos que a visão dos bairros pobres parece, às vezes, ainda mais impiedosa do que a visão de ambientes arruinados: não são bairros que o tempo veio corroer ou as guerras vieram abalar, são bairros que mal puderam nascer para o tempo e para a história. Um bairro proletário não é feito de ruínas. Ocorre que ali o trabalho humano sobre a natureza e sobre a cidade parece interceptado. O trabalhador migrante perdeu a paisagem natal, a roça, as águas, as matas, a caça a lenha, os animais, os vizinhos, as festas, a sua maneira de vestir, o entoado nativo de falar, de viver, de louvar o seu Deus. Suas Múltiplas raízes se partem. Na cidade, a sua fala é chamada “código restrito” pelos linguistas; seu jeito de viver, carência cultural; sua religião, crendice ou folclore. [Bosi, E; 1987 p 17]. Se hoje se luta pela demarcação de territórios, pela autonomia cultural do indígena, é porque não existe um todo