03 Osteor dionecrose
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OsteorrádionecroseNo tratamento das neoplasias de cabeça e pescoço, a radioterapia é um dos principais métodos de escolha.
No entanto, todo e qualquer procedimento sistêmico realizado contra os tumores malignos causa alterações em células normais adjacentes. Quanto mais forte o tratamento maior a possibilidade de complicações posteriores. Isto tem acarretado um aumento na demanda de pacientes que procuram tratamento odontológico tornando essencial que o Cirurgião Dentista tenha conhecimento de causas e efeitos, assim como suas relações com os tratamentos dentários.
(NEVILLE, 1995) - Dentre os efeitos colaterais da radioterapia encontram-se a mucosite, a perda da elasticidade da pele do pescoço, o xerostomia, a fibrose da articulação temporomandibular e a osteorradionecrose. A gravidade destes efeitos depende da quantidade de radiação e dos tecidos irradiados. A osteorradionecrose apresenta-se como uma complicação severa podendo levar a óbito por debilidade ou hemorragia.
Autores como HUTCHISON (1990) e MAXIMIW (1991) descreveram a osteorradionecrose como uma osteomielite causada por excesso de radiação, (acima de 6500 mGy) originada por uma contaminação do osso alveolar que causa diminuição do suprimento sangüíneo e alteração na capacidade osteoblástica devido a uma endocardite obliterante.
HARRIS (1992) e BORK (1996) documentaram pela primeira vez um caso de osteorradionecrose de mandíbula. Atualmente é descrita como sendo o osso irradiado sofrendo uma hipovascularização, hipocelularização, e hipóxia tecidual tornando-o incapaz de promover uma cicatrização de qualidade.
A mandíbula é a que sofre maior risco de desencadear um processo de osteorradionecrose devido, a sua densa estrutura óssea e seu limitado suprimento sangüíneo. A maxila, diferente da mandíbula, possui irrigação maior.
Os aspectos radiográficos da osteorradionecrose consistem na presença de imagens osteolíticas (radiolúcidas) entremeadas com regiões radiopacas, com formação de seqüestro ósseo.