03 Imunidade Adaptativa Humoral
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Programa de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada
Autores: Daiani Cristina Cilião Alves e Taíse Natali Landgraf
Imunidade Adaptativa Humoral
A imunidade adaptativa humoral tem como principal molécula efetora o anticorpo. Em uma infecção, o antígeno é transportado pela via linfática para o linfonodo, e linfócitos B vindos da circulação ou residentes nos linfonodos reconhecem o antígeno, na forma solúvel ou não, através do seu receptor de célula B (B Cell Receptor-BCR). Dessa forma, os linfócitos B são ativados transformando-se em plasmócitos capazes de secretar anticorpos que entram na circulação até encontrar o local de infecção e exercer suas funções efetoras.
1. Estrutura do Anticorpo
Conhecer a estrutura do anticorpo é muito importante para estudarmos sua formação e funções. O anticorpo é composto por duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves idênticas. As cadeias pesadas são unidas entre si e unidas às cadeias leves por ligações dissulfeto. As cadeias leves e pesadas têm uma porção constante e uma porção variável. A porção variável apresenta o sítio de ligação ao antígeno, contendo ainda regiões hipervariáveis denominadas Regiões Determinantes de Complementariedade-1 (CDR-1), CDR-2 e CDR3, responsáveis pelas regiões de maior diversidade e especificidade de reconhecimento do antígeno. A porção constante do anticorpo contém o fragmento Fc (Fragment crystallizable) responsável pelas funções diferentes dos isotipos IgM, IgD, IgG, IgA e IgE. O fragmento Fc liga-se a receptores Fc existentes em diversas células do sistema imune e em plaquetas. O fragmento Fab (Fragment antigen binding) contém o domínio de imunoglobulina variável (V) da cadeia leve e pesada (já descrito como responsável pela ligação ao antígeno) e um domínio constante adjacente. Alguns isotipos de imunoglobulina apresentam ainda subclasses como a IgA (IgA1 e IgA2) e IgG (IgG1 a IgG4) e podem ser monoméricas