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O HOMEM E O TRABALHO

A relação do homem e a natureza ou sobre outros homens tomou expressão com o trabalho. É através dele que o homem se faz, ao mesmo tempo em que constrói coisas mediante seu esforço, constrói a própria subjetividade.
Na linguagem cotidiana, a palavra trabalho tem muitos significados. Às vezes carregada de emoção, lembra dor, tortura, sofrimento, suor do rosto, fadiga. Em outras, mais que aflição, caracteriza a operação humana de transformação da matéria natural em objeto de cultura. É o homem em ação para sobreviver e realizar-se, criando instrumentos e com esses todo um novo universo. A palavra trabalho é sinônimo de atividade e ocupação e está sempre se distinguindo de lazer.
É preciso focar a atenção no significado que cada pessoa dá ao trabalho. O menosprezo que o trabalho manual geralmente recebe pela sociedade tem uma de suas origens na época da escravidão, quando os escravos eram incumbidos da realização do trabalho braçal e não eram reconhecidos como cidadãos pela sociedade.
Para o homem, dentre os mais variados sentidos do trabalho, têm-se os que não estão ligados ao prazer, a visão de que o trabalho é algo sacrificante, uma obrigação para a sua subsistência e para sua inserção na sociedade. Mas há também o sentido inverso, onde o trabalho é para a pessoa algo prazeroso e satisfatório.
Vê-se, portanto, que o trabalho sempre ocupou lugar central em comunidades e em todos os tempos, e foi sendo modificado e obtendo novos conceitos a partir das condições socialmente estabelecidas e das modificações do cenário econômico e político.
O trabalho não se realiza sozinho, ocorre em meio a uma sociedade estruturada que dá sentido a ele e que divide socialmente os valores de cada atividade. O modo como a divisão do trabalho se estabelece caracteriza o indivíduo dentro da sociedade, caracterização esta que divide os trabalhadores em bem-sucedidos e mal-sucedidos, dando menor ou maior importância para cada profissão e atividade.
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