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7961 palavras 32 páginas
PROLETARIADO E LUTA DE CLASSES EM MARX E ENGELS*
ELIEL MACHADO**

Desde tempos imemoriais se vem repetindo hipocritamente: os homens são iguais. Mas desde há longo tempo que a desigualdade mais vil e mais monstruosa pesa insolentemente sobre o gênero humano. Gracchus Babeuf, Manifesto dos iguais

Apresentação
Neste pequeno ensaio, não pretendemos esgotar o tema da constituição do proletariado em classe, mas apenas estimular o debate em um momento de crise política e ideológica das organizações proletárias, pelo menos nestas plagas do globo terrestre.
Parece-nos que os partidos e sindicatos de base operária estão em refluxo e perderam espaço para outros “sujeitos”, os chamados “movimentos sociais”.
Para atingirmos tal objetivo, pautar-nos-emos em três obras marxistas: Manifesto do partido comunista, O 18 Brumário de Luís Bonaparte e As lutas de classes na
França de 1848 a 1850. Poderíamos recorrer a outras obras de Marx e/ou Engels, como
Guerra Civil em França, Crítica ao programa de Gotha, A ideologia Alemã, O Capital etc., mas optamos por nos concentrar somente nestas três por se apresentarem mais claramente aos propósitos aqui pretendidos: a difícil formação do proletariado em classe. Para tal intento, dividimo-lo em três partes: na primeira, abordamos alguns aspectos teóricos gerais de “aproximação” e de “diferenças” entre as três obras. Na segunda, discutimos mais diretamente o objeto proposto, qual seja, como Marx e Engels analisam as “idas” e “vindas” das lutas proletárias. E, como toda luta de classes é uma luta política, daremos tratamento dialético ao tema, conforme sugerido pelos fundadores do comunismo científico. Por fim, na última parte, oferecemos algumas pistas teóricas para pensarmos as possibilidades concretas de os “movimentos sociais” atuais contribuírem ou não para a constituição do proletariado em classe. Por questões de espaço, esta discussão será meramente indicativa.

Anais do XXVI Simpósio Nacional de

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