01 textos Álvaro Siza

504 palavras 3 páginas
Crítica ao texto “Arquitectura: Começar-Acabar” (pág. 365)
01 textos por Álvaro Siza

Maria Teresa Sousa

No texto “Arquitectura: Começar-Acabar” de Álvaro Siza, o arquitecto começa por dividir, tal como sugere o título, a arquitectura em dois momentos: o tempo de começar e o de acabar. O “começar”, para Álvaro Siza, consiste em “ver pela primeira vez os postes cravados no terreno segundo o risco imaginado”, ou seja, elementos de arquitectura materializados pela primeira vez; o momento em que o risco (ou projecto) passa do papel para o terreno. De seguida passa-se para o “projecto gravado no solo”, em que toda a fundação está materializada e parecem ruínas “de Pompeia”.
Mais tarde, quando os muros se elevam, sendo “fragmentos de um corpo inteiro presente na memória”, há a possibilidade de entrar dentro deles e vê-los ao longe, percorrer os espaços ainda em cru e passar por portas inexistentes. Aqui, imagina-se como será um dia viver naquela casa, “os encontros e desencontros” e todos os sentimentos que a irão habitar. Deste modo percorrem-se espaços ainda por concluir e imagina-se um tempo futuro e todas as acções e consequências que lá acontecerão.
Meses mais tarde, vivem-se os espaços “cobertos e os abertos”, sentem-se diferenças na espacialidade, experimenta-se e aprecia-se “a densidade, os alinhamentos e as rupturas” e sente-se a luz que entra, difusa e aberta, que nos “amarra (…) e liberta ao sabor dos tempos”.
Não seria experimentar um espaço sem sentir, tocar, olhar de vários pontos, ou seja, exercer a 4ª dimensão. Tudo isto está directamente ligado ao tempo que gastamos dentro de um edifício (ou fora), olhando para ele e verificando tudo até ao mais ínfimo detalhe. Deste modo, após o arquitecto ver a obra revestida, colorida; observa-a e tocalhe. Assim, com tanta informação, tem de “ajustar a abertura das pálpebras e conter a inquietação dos olhos”, ao mesmo tempo que ouve os ruídos, sente os cheiros e os gostos do local, cheiros

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