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A formação da sociedade brasileira por Gilberto FreyreEm Casa-Grande & Senzala, Gilberto Freyre destaca a sociedade brasileira como fruto da miscigenação entre índios, negros e portugueses. Essa mistura é, para Freyre, caracterizada por um processo de equilíbrio de antagonismos, onde os conflitos se harmonizam. E esse equilíbrio, que gerou o mito da “democracia racial”, só se faz possível devido a uma singularidade do português dentre os povos europeus: a adaptabilidade.
Freyre destaca a habilidade dos portugueses em triunfar sob as adversidades do clima, fato que prejudicou outros povos europeus – como os nórdicos, por exemplo – na tentativa de se estabelecer no Brasil. O português possuía uma tendência para colonização híbrida e tropical em virtude de sua etnia miscigenada e a aproximação geográfica entre Portugal e África. A experiência na Península Ibérica, povoada por árabes e germânicos, além dos próprios nativos, é um exemplo dessa capacidade colonizadora. O fato de Portugal não possuir um grande contingente populacional para ocupar o Brasil de forma rápida e, além disso, possuir outras colônias na África e na Ásia que também necessitavam ser ocupadas, somado a ausência da mulher branca na colônia, colaborou também para a miscigenação das raças, visto que a mulher índia passou a ser a formadora da população brasileira.
Além disso, Freyre confere à colonização portuguesa um aspecto democratizador, ressaltando que obteve êxito ainda pelo fato de que estes eram menos rigorosos que os espanhóis, não tinham o preconceito racial dos ingleses e eram propensos – também graças à experiência da Península Ibérica – à colonização agrária e escravocrata, que tanto prosperou no Brasil. A partir disso, Essa cultura agrária e açucareira, desenvolvida no país pela mão de obra negra formou pilar para a sociedade brasileira. A família patriarcal é o principal pilar do Brasil colônia.
Freyre destaca também a importância do negro na formação de nossa sociedade, nos