Do ‘mal-estar na civilização’ ao mal-estar na organização: um percurso

futuro de uma ilusão (1917), O mal-estar na civilização (1930), entre outros. Fuks (2003) localiza a presença da figura da cultura em Freud desde o “Projeto de Psicologia Científica” (1985). Freud nomeou por complexo do próximo “o jogo que ocorre na emergência do humano” onde o recém-nascido grita em busca da satisfação da sede, do frio e da fome, mas também “busca sentido à angústia e à impotência do 10 desamparo original (Hilflosigkeit)”, por aquele que ocupa o lugar do Outro, “introduzindo-o no reino da linguagem, sem a qual fica fora da cultura” (pp. 10-1). Com a descoberta freudiana da sexualidade infantil, ele evidencia que a sexualidade não se limita ao ato sexual, mas é toda atividade pulsional buscando a sua satisfação. A criança é erotizada pelos cuidados com o seu corpo e depois é frustrada no encontro com seus objetos e busca do prazer. A cultura erotiza para depois intervir e “diminuir a força das pulsões sexuais e, mais tarde, impor repressões à realização das pulsões eróticas e agressivas.”(idem, p. 13) Mesmo sendo considerado um pessimista por muitos, Freud não deixou de mostrar que a agressividade e a violência humana são irremovíveis e que o homem não é um pacato cidadão, em seu texto O mal estar na civilização (1930). A proposta desta pesquisa é uma análise do mal-estar nas organizações a partir da teoria psicanalítica de Freud e, de seu retorno, por Lacan, buscando responder a seguinte questão: as ações propostas e implementadas pela área de…