“Tinha de viver d`ali em diante totalmente seqüestrada do mundo occupando a mais triste posição na casa paterna” – Divorcio e a mulher no imaginário social na cidade de Fortaleza. (1892 – 1909)

“Tinha de viver d`ali em diante totalmente seqüestrada do mundo occupando a mais triste posição na casa paterna” – Divorcio e a mulher no imaginário social na cidade de Fortaleza. (1892 – 1909)

Bárbara D` Paula de Sousa Gomes1 Resumo – O presente trabalho tem como objetivo, identificar o lugar social da mulher divorciada, tendo como recorte temporal o fim do século XIX e inicio do XX, período em que a mulher ainda se encontrava sujeita às condições patriarcais da época. Terá por base o livro de Francisca Clotilde “A Divorciada” 2 publicado em 1902, levando em conta a sua ótica sobre divorcio e a condição da mulher que o vivenciava e as questões sociais e culturais perpassadas no âmbito social vigente da época. O que provoca a pesquisa sobre o assunto é entender como a mulher era vista socialmente após vivenciar o divorcio e tendo como exemplo uma das poucas mulheres que ultrapassariam o “limiar social” por conta da sua própria condição, no caso, a autora do livro em estudo Francisca Clotilde. Imaginar o divorcio e o resultado que isso traria a vida de uma mulher durante o período em estudo me leva a pesquisar sobre o assunto e o livro “A Divorciada” seria um tema polêmico para a época. Outras fontes de pesquisa além do romance são os jornais, dentre eles, O Cearense, O Libertador, e Pedro II tentando identificar a condição feminina à época.

Palavras - chave: Fortaleza século XIX, Divorcio e Condição Feminina.

INTRODUÇÃO – QUAL A RELAÇÃO DA MULHER APÓS O DIVORCIO NA SOCIEDADE DE FORTALEZA DURANTE O PERIODO DE 1892 – 1909?

Observar a condição feminina em determinadas épocas da Historiografia brasileira, sempre me chamou a atenção, principalmente nos séculos XIX e XX, onde curiosamente, ao fazer um pequeno estudo sobre a educação feminina, percebi a grande dificuldade, que se tinha das mulheres da época adentrar no sistema educacional principalmente no nível superior, embora essas mulheres fizessem parte da elite e fossem filhas de