Ética

No início do século XX, a teoria ocidental era de que nos últimos anos do segundo milênio a humanidade já teria avançado o suficiente para dar um salto rumo à igualdade entre povos, culturas e sexos. No início do século XXI temos por um lado um mundo de evolução técnica-científica sem precedentes na imaginação humana e por outro, guerras e violências desprovidas de sentido.
A humanidade não poderia prever uma ciência biomédica que fosse capaz de alterar os mais herméticos segredos da vida vegetal, animal e humana.Enquanto se é capaz de contar os genes de animais inferiores não se descobre à cura para as epidemias e as pandemias é uma ameaça constante para todo o mundo. Enquanto construímos máquinas inteligentes, não somos capazes de ensinar a ler e escrever populações inteiras.
Hoje, verifica-se cada vez mais uma cisão entre indivíduo e comunidade social, de tal modo que as calamidades que atingem determinadas camadas sociais ou grupos de indivíduos ficam restritas a esses segmentos.
Desta compreensão entende-se que os grandes problemas da humanidade só podem ser resolvidos através da reconstrução de valores que possam orientar normas e padrões gerais de conduta.
Hoje, a exigência Ética fundamental consiste em recuperar a possibilidade de reconstruir relacionamentos de comunhão entre pessoas e comunidades. Pretender resolver o problema da paz e da felicidade das pessoas individualmente é um erro grave porque a felicidade humana não é atingivel fora da comunhão com os outros.
Como diria Max Weber a construção da modernidade terminou por construir uma mentalidade individualista. O que vemos hoje é o resultado de um longo processo da tentativa humana de fazer uma ciência extremamente racional, voltada a fins racionais e desprovida de valores morais, isto é valor metafísico.
O modelo indivídualista da convivência favorece a difusão da busca das vantagens pessoais em prejuízo dos outros, a redução das relações sociais a relações de força, a violência, a