Ética
A ÉTICA: UM SISTEMA EM MUTAÇÃO
SEÇÃO I - O HOMEM E A SOCIEDADE: CONFLITOS E CONTRADIÇÕES
O Homem nasceu para viver em sociedade. Isto é um fato! Porém, não uma sociedade estereotipada, instintiva; mas uma dinâmica e flexível subordinada à inteligência. Para alcançar tão preciosa meta, ele necessita dos demais para construir o ambiente propício, no qual busca o bem comum, onde alcançará a plenitude, causa essencial da felicidade. Nasce neste momento, então, uma força de sentido constante que assegura a coesão do grupo, inclinando a um mesmo sentido todas as vontades individuais. Assim surge a obrigação moral. A convivência humana, todavia, impõe a necessidade do comando, da liderança, pois com exceção dos agrupamentos animais, em que o instinto cria regras permanentes e imutáveis, a sociedade humana é um conglomerado de interesses, paixões e luta pela sobrevivência. Thomas Hobbes já afirmava que o fator essencial é a autopreservação, ou seja, a sobrevivência. A sociedade, enfim, é a conseqüência necessária da sobrevivência e da felicidade humana, enquanto, o exercício do poder é o efeito aglutinador dos Homens que o desejam mais para exercê-lo do que para servir aos demais. E todos os conflitos foram decorrência dessas ambições políticas. Max Weber já distinguia entre os políticos que vivem para a política e os que vivem da política, assinalando que nestes últimos a ambição política deixa de valer por si mesma e se rebaixa ao nível de um valor instrumental a serviço do interesse próprio. Todas essas contradições entre indivíduos, sociedade e governo não tiveram, na evolução dos tempos, nenhuma modificação marcante, a ponto de Aristóteles dividir os governos não em função de suas formas, mas no caráter dos governantes, ao enumerar as três formas boas: monarquia, aristocracia e democracia; e as três formas más: tirania, oligarquia e demagogia. Montesquieu, por sua vez, idealizou a divisão de poderes, dizendo que “é