As ações da enfermagem buscam a excelência na assistência, o que pressupõe capacitação técnico-científica e a dimensão ética do cuidado, que inclui a reflexão sobre princípios e valores éticos que norteiam as condutas e as tomadas de decisões. Na área da saúde, sobretudo, nos hospitais, existe uma preocupação constante com a rapidez na realização dos cuidados. Na unidade de emergência essa condição apresenta-se exacerbada, dada a real situação de urgência, tornando a assistência e as relações interpessoais ainda mais complexas. Esses aspectos, muitas vezes decisivos para a sobrevivência do indivíduo ou minimização do sofrimento, podem favorecer a não observância de princípios éticos legais, tais como os direitos dos usuários e o respeito à dignidade do ser humano, entre outros. Ao que parece, o processo de trabalho e a cultura da emergência induzem a problemas éticos, diminuindo a condição que o profissional tem de ser ético. No entanto, tal situação não tem sido muito discutida. É evidente que se precisa de uma verdadeira competência técnica para atender a pessoa necessitada e por isso, é indispensável uma atitude ética permeada da capacidade de estabelecer prioridades para intervir de uma maneira consciente, segura, com atenção, respeito, responsabilidade e compromisso. Uma assistência de enfermagem ética em emergência, na perspectiva da equipe de enfermagem, deve ser fundamentada e guiada, primeiramente, pelo respeito incondicional ao paciente, procurando atende-lo em todas as suas necessidades. A ética no cuidado visa ao desenvolvimento de ações reflexivas acerca dos valores e princípios que norteiam a prática. Entre outros, é essencial o conhecimento técnico e legal da atividade profissional, bem como da dimensão ética que alicerça o respeito à dignidade da pessoa humana. E ainda, o cuidado, sustentado pela confiança ao profissional que busca a aproximação com o usuário, deve valorizar a autonomia do paciente e proporcionar-lhe os meios para exercê-la.