Águas passadas não movem moinho
Por Rev. Ricardo Rios Melo
Esse ditado popular: “Águas passadas não movem moinho” é bem antigo. Retrata a ideia, como diz minha sabia avó, de que, quando alguém bate em sua porta, você não pergunta: “quem era?”; antes, “quem é”. Parece mostrar-nos que o passado não tem importância ou, pelo menos, não deve ser um obstáculo para andarmos para frente em direção ao futuro.
É claro que o passado tem importância e que não se apaga uma história. Contudo, não devemos exagerar na interpretação desse ditado; apenas usá-lo com o intuito de significar a necessidade de prosseguir em frente, a despeito de qualquer dificuldade que se tenha passado.
Apesar de esse adágio servir para estimular muita gente ao longo da vida, isso parece não ser levado em conta quando alguém se converte a Cristo. É comum as pessoas falarem: “Fulano se converteu? Não acredito! Ele era a pior pessoa do mundo. Como ele pôde se converter?”
O mundo pode aceitar e encobrir erros de governantes, artistas, celebridades em geral. Entretanto, se uma pessoa diz que foi convertida, a desconfiança é grande. Por que será isso? Algumas razões são importantes para analisarmos:
1. Bom, a primeira dica é interna. Não acreditamos que uma pessoa possa mudar tão radicalmente, pois a olhamos com os nossos olhos e sob a égide de nossos pecados. De maneira inconfessável, as pessoas não acreditam que as outras possam mudar radicalmente, pois elas mesmas não conseguem: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (Jr 13.23).
2. Outro motivo da descrença em mudança faz parte do senso de autojustiça que temos. Achamo-nos tão justos e perfeitos que não acreditamos que o outro mudou. Julgamos sob nosso senso de justiça contaminado pela nossa crença do que seja justo; temos tendência de nos acharmos bons: “Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é