S Neca
Existem, na obra de Séneca, elementos que mostram que o filósofo reconhece a natureza humana presa ao mundo objetivo, material, fazendo desse reconhecimento o "ponto de partida" de uma ascensão a caminho da realização do que leva o homem a tornar-se sábio, virtuoso. Assim, ao contrário do que comumente se associa à ideia de estoico - "impassível diante da dor e da adversidade" - (FERREIRA, 1986, p.723), o estoicismo senequiano apresenta-se como um estoicismo de submissão ativa.
A evocação da sabedoria e da virtude proporciona grandeza e felicidade, ocupando significativo espaço na obra de Séneca, que, ao intensificar seu uso, estabelece a metáfora da altura e da ascensão.
Sêneca (filósofo)
Lucius Annaeus Seneca (em português, Lúcio Aneu Sêneca, ou ainda Sêneca, o Jovem - Córdoba, Hispânia, Império Romano, 4 a.C. - Roma, Império Romano, 65 d.C.) foi um importante escritor e filósofo do Império Romano. Filho de um grande orador, Annaeus Seneca, o Velho, foi educado em Roma, onde estudou retórica e filosofia, tornando-se famoso como advogado. Foi membro do senado romano e depois foi nomeado questor, magistrado da justiça criminal.
É o seu trabalho no campo da filosofia que desperta o maior interesse, isso desde o período do Renascimento. Entre suas ideias, destaca-se a da consciência, que ele entendia como a capacidade que o homem tem de distinguir entre o bem e o mal. Ela é inerente ao ser humano, que não pode se livrar dela ou escondê-la, pois o homem não consegue se esconder de si próprio. O criminoso pode evitar a punição da lei, mas não evita a punição dentro de sua consciência, que faz um juízo íntimo de seus atos. Por isso mesmo, o pecado estaria inserido na estrutura e na fundamentação do homem, e para nos tornarmos homens necessitamos da prática de pecados. Se o indivíduo nunca peca, não é homem; mesmo o sábio é um pecador, porque através do pecado ele realizou experiências de diferenciação entre o bem e o mal.
A prática da escravidão, tão comum