O vale
Desse montante, 23 mil hectares são dedicados ao cultivo da manga e 12 mil, à uva. Em dados aproximados, o Vale gera um faturamento de 1,3 bilhão de dólares, sendo, só exportação de uva e manga, 300 milhões de dólares, constituindo assim, o título de principal região exportadora destas frutas no Brasil. Em média, 50% dos custos da safra referem-se à mão de obra, representando um dos maiores absorvedores de trabalhadores por hectare do País.
Numa projeção conservadora de dois trabalhadores por hectare, a agricultura do Vale gera emprego direto para mais de 240 mil pessoas. Contabilizando cinco pessoas por família, são 1,2 milhões de pessoas vivendo diretamente da fruticultura no Submédio São Francisco. Do ponto de vista de tecnologia de produção, é um dos celeiros mundiais.
Por outro lado, este oásis de prosperidade em pleno Sertão, vive à margem das ações governamentais, principalmente, das estruturadoras, da atenção do sistema financeiro nacional e mesmo passa despercebido pela maioria da classe política. Não há implementação do seguro safra, por exemplo, o que obriga o produtor a assumir sozinho riscos como as variações climáticas, que provocam chuvas fora de época e compromete diretamente a produção.
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) um planejamento de safra bem executado pode garantir ao produtor 80% de chances de evitar perdas pelo risco climático. Isto representa que, na melhor hipótese, sem o seguro safra, o produtor assume sozinho, em média, duas safras ruins a cada dez.
Os custos são inflados pelos lobbies multinacionais.
Ainda prevalece, no Brasil, a absurda