O Suic dio Emile Durkheim
1681 palavras
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INTRODUÇÃOChamamos de suicídio toda morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir este resultado. A tentativa de suicídio é o ato assim definido, mas interrompido antes que a morte daí tenha resultado. Há suicídio quando a vítima, no momento que comete o ato que deve por fim aos seus dias, sabe com toda certeza o que normalmente daí deve resultar. O Sociólogo procura as causas através das quais é possível agir, não sobre os indivíduos isolados, mas sobre o grupo. Os únicos fatores que dizem respeito ao sociólogo são os que fazem sentir no conjunto da sociedade. O suicídio só pode ser imputado a causas extra-sociais de uma grande generalidade ou a causas propriamente sociais. A influência das causas extra-sociais sobre o suicídio pode ser considerada nula ou muito restrita. Determinaremos depois a natureza das causas sociais, a maneira como elas produzem os seus efeitos e as suas relações com os estados individuais que acompanham as diversas espécies de suicídios. Feito isso, poderemos precisar em que consiste o elemento social do suicídio.
LIVRO I – Os fatores extra-sociais
CAPÍTULO I – O suicídio e os estados psicopáticos
Existem duas espécies de causas extra-sociais que podemos atribuir a influência sobre a taxa dos suicídios: as causas organo-psíquicas e a natureza do meio físico. Adiante relacionaremos o suicídio com a loucura, com a neurastenia e com o alcoolismo. A loucura com o suicídio - A teoria de que a loucura realmente exercesse alguma influência sobre o suicídio foi defendida por muitos médicos especialistas em doenças mentais, mas de maneira que cada um apresentasse uma variação demasiadamente diferente das outras apresentadas pelos outros. Ao passo que se criava uma nova teoria, logo outro especialista estava para contestá-la e apresentar uma nova hipótese, as conclusões sempre evoluíam, mudavam com freqüência. No começo, afirmava-se que