O Sucídio -Altruísta - Durkheim
EMILE DURKHEIM
O Suicído Altruísta
Durkheim afirma que na mesma medida em que “uma individuação excessiva leva ao suicídio, uma individuação insuficiente produz os mesmos efeitos. O homem mata-se facilmente quando está desligado da sociedade, mas também se mata se estiver demasiado integrado nela” (p.243). Essa modalidade encontra origem em povos primitivos onde se matar não é um direito e sim um dever. Exemplo disso são os “suicídios de homens chegados à velhice; (...) mulheres quando o marido morre; (...) subalternos ou de servos quando os chefes morrem” (p.246). No caso dos velhos “se persiste em viver perde a estima pública: recusam-lhe as homenagens funerárias e uma vida horrível espera-o para além túmulo. A sociedade exerce, portanto, pressão sobre ele no sentido de o levar à própria destruição. (...) Assim, é tendo em vista fins sociais que a sociedade impõe esse sacrifício” (p.246).
Altruísmo, ao contrário do egoísmo, diz respeito àquele individuo que “não pertence a si próprio, em que se identifica com outra coisa que lhe é exterior, em que o polo da conduta reside fora dele e se situa num dos grupos a que pertence” (p.249).
De acordo com os exemplos do autor é possível delinear três tipos de suicídio altruísta: o obrigatório, facultativo e agudo. “Um está ligado a essa moral rude que despreza em absoluto aquilo que só interessa ao indivíduo; o outro relaciona-se com essa ética requintada que coloca tão alto a personalidade humana que nada há que a submeta” (p.256).
Os indivíduos se vêem sem importância ou oprimidos pela sociedade como é o caso daqueles que estão em sociedades "primitivas" ou "antigas", mas também em regimentos militares muito tradicionais, como guardas imperiais ou de elite, na sociedade contemporânea; Também onde indivíduos vêem o mundo social sem importância e sacrificariam a si próprios por um grande ideal.
Alguns exemplos:
1) Sati no Hinduísmo: um antigo costume