O Ser do Turismo: A Realidade de Florianópolis
O texto traz a tona, em meados da década de 90, a situação de trabalhadores ligados ao setor de turismo na cidade de Florianópolis-SC, com destaque para os trabalhos temporários sem carteira assinada nos empreendimentos hoteleiros. Uma crítica ácida, que busca frisar os aspectos negativos do desenvolvimento do turismo na região que se destaca pelas belas praias, muito procuradas no verão.
Primeiramente é necessário contextualizar a situação econômica do Brasil à época do texto. A década de 90 foi marcada pelo Plano Real e pela estabilização das taxas de inflação, concebidos pelos ideários neoliberais. Os anos 90 iniciou-se com o polêmico governo do presidente Fernando Collor, que tinha como preocupação básica o combate a inflação, através de um amplo conjunto de reformas, alterou significantemente a política cambial do país com a adoção de uma política de câmbio flutuante. Esse governo também foi responsável pela abertura comercial brasileira. O processo de abertura comercial, a privatização das empresas estatais do setor produtivo e a estabilização dos preços geraram um aumento significativo no grau de concorrência da economia, tanto externa quanto internamente, obrigando as empresas a perseguirem padrões de competitividade e eficiência antes a explorados apenas por segmentos mais diretamente ligados ao comércio internacional. Com essa abertura, foi possível que os meios de produção de modernizassem e as novas tecnologias contribuíram para a substituição de mão de obra, principalmente nos meios rurais. É possível perceber essa mudança é encontrada no texto quando o autor apresenta desempregados de diversas regiões do Brasil que buscam emprego nas capitais.
Com o trabalho escasso aliado a necessidade de trabalho para sustento próprio e da família, são aceitas ofertas de emprego em condições mais diversas e, na maioria das vezes, como foi apresentado, de trabalhos informais, sem carteira assinada e baixa