O SENHOR E O ESCRAVO
A alguém poderá parecer estranho justificar-se a escravidão, justamente em um país onde tal estado de servidão foi banido, desde 13 de maio de 1888, por ato da então Regente, a Princesa Isabel de Orleans Bragança. Aqui, porém, tal justificativa refere à afirmação do Filósofo grego Aristóteles, nascido em Stágeira (Estagira), província da região da Macedônia, em 384 a.C. e que morreu em Cálcide, na Eubéia, em 322 a.C., aos 62 anos de idade. Até porque, o conceito que havia sobre escravos, em nosso país, referia ser, tal elemento, “aquele que esta sujeito a um senhor como propriedade dele” ou, de outra sorte, “que, ou aquele que está absolutamente sujeito a outrem”. Para se fazer melhor idéia, o termo escravo, sequer, é substantivo; trata-se de um mero adjetivo indicador de qualificação, de qualidade.
No que pertine a Aristóteles, faz-se oportuno observar, antes de mais nada, um particular importante: é que na evolução do pensamento filosófico, ele e Platão constituem, ao mesmo tempo, pontos de confluência de várias vertentes, sejam anteriores ou contemporâneas de ambos e que são as principais fontes do pensamento posterior. Representam, antes de mais nada, dois métodos de pensar: a busca da realidade pela experiência, em Aristóteles; a dialética dos espírito processando-se além da experiência, em Platão.
É muito fácil ver que transcendência, para Aristóteles, se situa no interior da realidade sensível e pode ser alcançada pelo próprio jogo da inteligência. Daí entender-se que a abstração, em lugar da reminiscência, é a divergência essencial entre os dois filósofos.
Isto exposto, vamos ao objeto do comentário: É no seu livro “Politiká”(Política), resultado de notas de aulas feitas pelo próprio Mestre e depois ordenadas pelo seu discípulo Andrônico de Rhodes, onde está o arrazoado que Aristóteles produziu, quanto à sua opinião sobre os escravos. Ele ministra que dotado de “lógos” (palavra, isto é, poder de comunicação), “o