O self e o eu
Um dado muito curioso no quadro clínico da histeria é o papel extremamente importante que a cultura tem no aparecimento e na forma dos sintomas. O histérico, por ser muito sugestionável, “idealiza” sintomas de acordo com aquilo que ele próprio representa de verdadeiro.
Isso significa que a doença é intencional e involuntária ao mesmo tempo; existe algum planejamento (inconsciente), mas a pessoa não consegue libertar-se dele voluntariamente.
Uma característica quase universal do paciente histérico é sua dificuldade e relutância em reconhecer a participação emocional no processo de seu adoecimento. (no corpo)
Essa característica de relutância em saberem-se emocionalmente adoecidos faz com que muitos profissionais os consideram inabordáveis
Outro sintoma, responsável pela antipatia que eles causam nos médicos e em funcionários da saúde, e que pode acompanhar pacientes histéricos notadamente conversivos e dissociativos é a Mitomania. Trata-se de ficções criadas pelos histéricos, muitas vezes facilmente percebidas pelos outros, nas quais eles próprios podem acreditar.
De fato, a personalidade histérica ameaça, provoca, mente e frustra as expectativas dos médicos, do cônjuge, do amante, dos parentes, etc.
Uma classificação bastante sensata das histerias é oferecida pelo DSM.IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders - American Psychiatric
Association, 1994). Com objetivo exclusivamente didático, elaboramos uma classificação que aproveita a classificação do DSM.IV e da CID.10 para os quadros do espectro histérico.
1 - Transtornos Somatoformes
1.1 - Transtorno de Conversivo
1.2 - Transtorno Somatização
1.3 - Transtorno Doloroso e Hipocondríaco
1.4 - Transtorno Neurovegetativo
1.5 - Transtorno Dismórfico