O Racismo existe no Brasil?
Como lutar contra algo do qual negamos a existência ou contra uma ferida aberta que é refutada como uma mazela da sociedade? O discurso ideológico da classe dominante ecoou durante muito tempo sobre nossas cabeças a não existência do racismo no Brasil. Conforme falado pelo Superintendente de Igualdade Racial da Secretaria de Estado do Rio de Janeiro - Marcelo Dias – durante a ditadura, foi incutido na sociedade que bastava estudar para ser útil e consequentemente ser alguém.
Reproduzimos constantemente o discurso da elite, com quem nos identificamos para termos sucesso, de que os direitos são iguais a todos e que a cota é, de certa forma, discriminação; porém, esquecemos de que as oportunidades também devem ser iguais. O mérito é um princípio de justiça que diz que as melhores posições na sociedade advém da capacidade individual, entretanto, na corrida pelo sucesso, negros e brancos não têm o mesmo ponto de partida pois, a escola não foi criada para todos igualmente e/ou nunca teve um objetivo definido, pois nunca precisou realmente educar, mas apenas institucionalizar pessoas. Para aqueles que ficarem para trás e não tiverem muito a oferecer à comunidade – pois não possuem um trabalho digno devido à pouca instrução - basta uma lei para coibir esses indivíduos e colocá-los em seus devidos lugares. Para isso existe o sistema prisional para os pobres e vagabundos.
A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) tem como objetivo incorporar a política nacional de promoção da igualdade racial em todas as esferas governamentais e tem a educação como tema prioritário de trabalho, entretanto, não há lei que obrigue os órgãos públicos a tratarem de políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades raciais, além disso, a lei sobre o ensino obrigatório sobre História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas encontra resistência por parte de alguns religiosos. Tal órgão não poderia