o que é design
Eliseu Lopes Por falar português e guarani e ter crescido aprendendo as tradições dos mais velhos, em 2003 o Guarani-Kaiowá Eliseu Lopes resolveu dar aulas para as crianças na aldeia Taquapiri. Tinha um objetivo claro: levar para a comunidade uma educação que passasse para as novas gerações as tradições e a cultura do povo. “Quando eu estudei, os professores eram não-índios, vinham de outros estados, não falavam guarani. Esse próprio resgate da tradição indígena é uma conquista da mobilização dos índios. Nós queremos também que a educação aborde a nossa história de lutas e explique para as crianças a situação que os Guarani-Kaiowá estão vivendo no Mato Grosso do Sul. Elas precisam saber que essa luta é sequência de um sofrimento que vem sendo imposto a nós há mais de quinhentos anos”, explica Eliseu.
Daí para o engajamento na defesa do território ancestral foi um pulo. Eliseu passou a ser porta-voz do Movimento Aty Guasu, que reúne os Guarani-Kaiowá, e se envolve ativamente na luta pela recuperação da terra que historicamente pertencia a seus antepassados e no apoio a lideranças nos outros 35 acampamentos indígenas do estado. “Eu estava vendo muita liderança ser morta, meus parentes e minha família de sangue sofrendo, acampados à beira de uma rodovia federal esperando uma demarcação de terras que nunca acontece. Nós não usamos violência, mas continuamos sofrendo violência, atentados, assassinatos”, afirma. Para tentar reverter esse quadro nacional, Eliseu atua também como coordenador de mobilização da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, que lida com questões indígenas de todo o país.
Júlio César Ferraz de Souza Júlio César era técnico em patologia da Secretaria de Saúde de Manaus, mas não era concursado. Quando um corte deixou Júlio e outros seis mil profissionais da saúde sem emprego, ele descobriu que não tinha para onde ir. Sem dinheiro para pagar aluguel, foi despejado. Em 1995, foi morar em uma