O que freud concluiu através da discussão em torno das aberrações sexuais, especialmente a inversão?
Nos Três Ensaios, Freud começa descrevendo os desvios em relação ao objeto sexual, sendo a inversão (homossexualismo) o primeiro deles. Ao apontar a questão ética e o desenvolvimento intelectual como fatores presentes em pessoas invertidas, ou que de alguma maneira apresentem algum tipo de comportamento sexual que não era aprovado, Freud trazia para o cerne da discussão uma visão que ia de encontro a tudo que estava sendo defendido, e fazendo uma separação entre aspectos morais e fatores genéticos e hereditários. Freud intitula os homossexuais de invertidos, apresentando três tipos de inversão: os invertidos absolutos, cuja sexualidade tem como objeto sexual indivíduos do mesmo sexo; os invertidos anfígenos, mais conhecidos como bissexuais, cujo objeto sexual pode variar entre indivíduos de ambos os sexos; os invertidos ocasionais, sendo esta determinada pela ausência de um objeto sexual normal ou pela influência do meio. A inversão pode manifestar-se desde muito cedo, fazendo com que não nos lembremos de quando se manifestou pela primeira vez, ou até mais tarde, podendo durar toda a vida ou ser momentânea. É também visível uma certa oscilação entre o objeto sexual normal e o objeto sexual invertido. A libido orienta-se muitas vezes para a inversão após uma experiência dolorosa feita com um objeto sexual normal. A inversão, inicialmente, foi considerada como sintoma de uma degenerescência nervosa congênita, devendo estas duas afirmações serem julgadas separadamente. Segundo Freud, apenas podemos falar em degenerescência quando encontra-se a inversão em indivíduos que não apresentam outros desvios graves ou em indivíduos cuja atividade geral não é perturbada, e cujo desenvolvimento moral e intelectual pode mesmo ter atingido um grau muito elevado. Também considera a inversão como sendo congênita, nos invertidos absolutos, mas devido ao fato de existirem