O QUADRO ECONOMICO E POLITICO DE JAPÃO E CHINA
A economia chinesa expandiu-se dramaticamente nos últimos vinte e cinco anos, com a transição de um sistema de planejamento estatal virtualmente fechado à economia internacional da era Mao para o modelo de crescente orientação de mercado e abertura comercial introduzido com a chegada de Deng Xiaoping ao poder, em 1978. Com uma taxa média de crescimento superior a 9% nas duas últimas décadas, a China converteu-se na quarta economia do mundo em 2005, com PIB nominal de US$ 2,27 trilhões (em paridade de poder de compra é a segunda maior, com US$ 7,1 trilhões em 2004) e em um dos principais motores do crescimento global.
Sua extraordinária abertura ao exterior - o comércio internacional corresponde a mais de 70% do PIB - e enorme contingente populacional - 1,3 bilhão de habitantes - fazem com que a China "dê o tom" da economia global: pressiona para baixo o custo da mão-de-obra e dos produtos industrializados que produz em escala maciça, para cima os preços dos produtos que importa - sobretudo commodities agrícolas, minerais e petróleo - e ajuda a manter em níveis modestos as taxas de juros internacionais, mediante a aquisição de títulos da dívida das grandes economias industrializadas (sobretudo dos EUA) com suas enormes reservas internacionais, que chegaram a US$ 818 bilhões em dezembro de 2005.
As reformas econômicas iniciaram-se em 1979 com ampla revisão do sistema coletivista na agricultura, permitindo a acumulação de excedentes e o surgimento de uma incipiente economia industrial e de serviços nas zonas rurais. A partir de 1984, o foco da política econômica voltou-se para incentivos à industrialização, grandes investimentos em infra-estrutura e mecanismos de estímulo às exportações, com o surgimento do conceito do "socialismo de mercado com características chinesas", combinando estímulo à iniciativa privada, gradual liberalização de preços, descentralização fiscal, maior autonomia para empresas estatais, estabelecimento de um sistema