O Olho de vidro
Para qualquer atitude, ideia, opinião ou ponto de vista que hoje adotamos, tem sempre algo implícito, idealizado no nosso pensamento. São as vivências do nosso dia a dia, do crescer junto às tendenciosas meias verdades às quais nos deparamos desde o momento em que nos conhecemos como pessoa. Todo e qualquer caminho apontado, foi anteriormente pensado para nos construir. Logicamente, assim como nossos pais também foram orientados, a cultura humana provém da necessidade crescente de sobreviver. A ideia de sobrevivência nos fez comunidade, nos fez criar a sociedade e a sociedade nos cria por suas regras, sejam elas judiciais, religiosas, culturais e sociais. Nos é ensinado o que é errado e o que é certo, de acordo com a vontade do grupo ao qual pertence. Verdade e mentira faz parte de todo processo de construção da humanidade enquanto aprendiz. Cada grupo tem sua verdade e ensina a seus membros esse dogma.
Márcia Tiburi, descreve um dos mais fortes instrumentos de “escravização” criados pelo homem, a Televisão. Este instrumento é um objeto capaz de produzir bens culturais, é o objeto que tem a intenção de modificar o mundo, programa-lo e controla-lo. No vídeo a História das Coisas, vemos esse paralelo bem claramente, no momento em que o indivíduo que vê preso num ciclo eterno de produção de recursos (trabalho) e a política de consumo, no qual produz, compra, assiste televisão, se sente desatualizado e sente a necessidade de comprar mais, concretizando o ciclo prisional. Assim como no filme “Além do Cidadão Kane”, constrói-se a importância subjetiva da verdade. A massificação da opinião por meio da televisão é diretamente proporcional à cultura, ou seja, os altos níveis de audiência no Brasil é diretamente proporcional às baixíssimas estatísticas de leitura dos brasileiros. Roberto Marinho não só conseguiu construir uma verdade absoluta aos seus telespectadores, como usou e usa essa alienação para os propósitos a que