O mundo e a realidade
As mudanças introduzidas nas organizações produtivas, têm alterado os processos e as relações de trabalho. Assim, novas configurações rebatem no fazer operativo do Serviço Social. Nesse sentido, é importante, diante desse panorama societário, numa primeira aproximação, apontar algumas reflexões no sentido de como o Serviço Social visualiza essas transformações, como as interpreta na sua prática profissional.
As transformações que vêm ocorrendo nas sociedades capitalistas, há pelo menos três décadas, decorrem da crise iniciada na década de 70, com a queda da taxa de lucro do capital, nos países centrais, provocando baixo crescimento da produção e da produtividade, repercutindo no mundo do trabalho, com crescente desemprego.
Redução dos níveis de produtividade do capital, dado a acentuada tendência decrescente da taxa de lucro; esgotamento do padrão de acumulação de produção; hipertrofia dos capitais financeiros, que ganhavam relativa autonomia frente aos capitais produtivos; maior concentração de capitais, devido às fusões entre as empresas monopolistas e oligopolistas; crise do Welfare State ou do Estado de Bem-Estar Social, que gerou crise fiscal do Estado capitalista, com a conseqüente retração dos gastos públicos e sua transferência para o capital privado; processo acentuado de privatizações e à flexibilização do processo produtivo, dos mercados e da força de trabalho.
Dessa forma tratou-se de introduzir mudanças na organização produtiva, por meio do que se convencionou chamar de reestruturação produtiva. Esta tem implicado, portanto na produção e acumulação com repercussões no mundo do trabalho, alterando processos e relações de trabalho, mediante inovações no sistema produtivo e nas modalidades de gestão, consumo e controle da força de trabalho.
A autora, no contexto de seu livro, originalmente produzido para tese de doutorado em Serviço Social, se aprofundou no estudo de questões teóricas do Serviço Social e teve