O mito
Primeira forma de conhecimento de acordo com as pesquisas históricas (isto, levando em conta que qualquer verdade científica pode mudar à medida que novas pesquisas vão sendo feitas).
A palavra mito significa linguagem assim como a palavra logos. Logos, porém significa também razão. Portanto, ao significar linguagem, significa linguagem argumentativa, uma vez que a razão se expressa através de argumentações.
Mito, por sua vez, significa linguagem narrativa. O mito é sempre uma narrativa, através da qual o homem pretende explicar a realidade que o cerca e responder a perguntas fundamentais, que ainda hoje o homem se faz: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? O que estou fazendo aqui? Etc.
Características do mito: além de buscar explicar a realidade e responder a perguntas do homem, o mito tem as seguintes características:
Oral (passa oralmente de geração a geração, é típico de sociedades ágrafas, que não dispõem de outra forma de conhecimento e para as quais o mito é sempre visto como verdade inquestionável)
Sustenta-se pelos sentimentos, pela emoção (e não pela razão)
A natureza é vista como um outro sujeito, e não como objeto.
Antropomorfismo (transformação da natureza em seres com características humanas)
Metamorfose: as realidades não acabam, mas se transformam (ex.: Narciso em flor; Eco em pedra, etc.)
Tempo não datado: os primórdios.
Tempo cíclico: retorno às origens.
Linguagem narrativa e fantasiosa.
Magia da palavra. (a palavra tem o poder de voltar às origens) Diferença entre o mito nas sociedades míticas propriamente ditas (i. é.:sociedades ágrafas, nas quais o mito é a única forma de conhecimento possível) e nas sociedades modernas, que podem questionar os mitos através da razão.
Porém, se o mito fosse totalmente eliminado pela razão, deixaria de haver arte.
Mitos contemporâneos (ou ideologias): mito da ciência como verdade absoluta, mito do Super Homem, Mito da democracia racial