O mito da mundializa o e o Estado social europeu: Globalização e economia mundial
Bourdieu mostra que a globalização se torna real quando utilizamos como parâmetro o mercado financeiro, onde um grupo de países, em especial os Estados Unidos, agem de forma dominante na sociedade internacional, sendo os controladores do jogo (através dos think tanks) e tendo influenciais tão fortes internacionalmente quanto dentro do mercado e politica nacional de outros países. A perda da força econômica, a omissão dos intelectuais e o discurso neoliberal causam o enfraquecimento do estado e a sua politica, deixando subentendido que para o desenvolvimento econômico do Estado uma “responsabilidade individual” deve ser presente, causando a redução das proteções sociais.
Essa dominação no mundo “globalizado” causa o aumento das desigualdades sociais, pois com o pensamento neoliberal há uma filosofia de individualismo e competência, “segundo o qual são os mais competentes que governam, e que têm trabalho, o que implica que aqueles que não têm trabalho não são competentes”, esse pensamento desestrutura os movimentos sociais (como sindicatos). Para a classe dominante a necessidade de uma justificação teórica para o fato de serem privilegiados, serem mais competentes, é hoje a inteligência porém a razão para essa desigualdade de inteligência está na forma como a educação é distribuída na sociedade, transformando essa desigualdade em desigualdades sociais.
Bourdieu acredita que para contrapor essa racionalização neoliberal, onde a economia se torna fator principal nas tomadas de decisões que afetam diretamente e indiretamente o social, deve-se questionar de forma racional essa visão econômica que individualiza tudo, tanto a produção quanto a justiça ou saúde, mostrando que a politica econômica atual não é necessariamente econômica, pois é possível ver que os custos a longo prazo podem ser grandes demais, como o exemplo que o autor coloca onde em 1970 uma politica de habitação decidida