O LUTO EM RELAÇÃO AO ABORTO PROVOCADO
O abortamento provocado tem sido apontado por alguns autores como decorrência do desconhecimento da mulher dos métodos de se evitar uma gravidez, da falta de educação sexual e paternidade “irresponsável”, acrescidos da escassez da tecnologia contraceptiva nos serviços básicos de saúde. (1) Schor
É explicito o conflito que emerge da tomada de decisão pelo aborto, é fato que a gestação não foi planejada ou até mesmo indesejada, mas os sentimentos se confundem com o contexto de vida de cada mulher, no sentido de retomada de planos futuros, e de incerteza e repercussões negativas para a sua existência. (2) Borsari
O aborto é definido como “a expulsão ou extração do feto que pese menos de 500g, com a idade gestacional aproximadamente em torno de 20-22 semanas completas, ou 140-154 dias completos”. (3) Neme
O aborto é considerado espontâneo quando da “interrupção natural da gravidez antes da 20 semanas de gestação”, e provocado, induzido ou inseguro, quando, para efetivá-lo, utiliza-se de qualquer processo abortivo externo, químico ou mecânico. Este último pode ter a participação voluntária ou involuntária da gestante, e ser considerado legal ou ilegal. (4) Salomão (5) Rede Nacional Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos (6) Resende
Os abortos provocados são realizados sob péssimas condições sanitárias, resultando em prejuízos à saúde das mulheres. O processo de abortar leva as mulheres a um dilema pois, para elas, essa é uma decisão muito difícil. As mulheres, quando decidem interromper a gravidez, encontram-se em conflito em virtude de suas crenças, princípios religiosos e valores, os quais contribuem para o aparecimento do sentimento de culpa.
A idéia de morte está associada à idéia de perda. Isto acontece porque nas relações afetivas são investidos amor, amizade, segurança, esperança, e a separação traz a dor psíquica de tristeza, de solidão, de medo e insegurança. A perda de qualquer ordem gera o sentimento de