O jornalismo na publicidade
De acordo com Leandro, repórteres e editores passaram a se autocensurar e a produzir apenas reportagens que rendam audiência, tiragem e lucro, objetivo que minimiza a obediência aos manuais de jornalismo e impõe a lógica do mercado como princípio ao que deve ser publicado. O autor exemplifica uma série de fatos em que jornalistas criam, forjam e manipulam acontecimentos, visando o marketing.
Esse tipo de prática pode ser inserido em 25 formas disfarçadas de publicidade dentro do jornalismo, mapeadas no livro.
O autor também comenta o chamado "jornalismo cor-de-rosa", preparado para não desagradar ninguém, seja leitor, usuário, consumidor, cliente, dono ou anunciante: páginas supercoloridas, infográficos, layouts e designs mais arrojados, aumento da cobertura de esportes, notícias de comportamento, moda e previsão do tempo. Neste modelo, o jornalismo vive em um regime em que a regra é estabelecer elementos que atraiam compradores e investidores e mantenham, assim, a saúde financeira da empresa.
A obra é dividida em cinco capítulos. Além de alertar para a falta de questionamento e aprofundamento nos fatos, Jornalismo na era da publicidade narra a história do jornalismo e mostra as modificações sofridas ao longo de quase trezentos anos de imprensa, até chegar à realidade do jornalismo atual, na ótica da Escola de Frankfurt e dos pensadores mais contemporâneos, como Haug, Marcondes Filho, Albertos, Baudrillard, entre outros.
Trata-se de uma denúncia corajosa do processo de erosão sofrido pelas esferas