O impacto das políticas públicas sobre a infra-estrutura dos transportes aéreos no brasil
Temos visto várias matérias descomplicadas tentando decifrar e entender porque a infra-estrutura de transportes interna no Brasil é o caos que conhecemos.
Hoje vamos discutir um pouco mais sobre o transporte aéreo, em especial o transporte de passageiros.
O Brasil tem hoje 255 aeroportos públicos com código IATA (International Air Transport Association), e dados de 2007 apontavam que o país tinha 2.498 aeroportos e aeródromos ( locais sem terminais de passageiros), sendo 739 públicos e 1.759 particulares. Comparando com os números da Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO, em inglês), isso significa o segundo maior número de aeroportos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 16.507 locais para pouso e decolagem de aeronaves.
Ainda com os dados de 2007, um número alarmante: 90% do tráfego aéreo no Brasil era concentrado em apenas 20 aeroportos. Pior ainda, dos 67 maiores aeroportos (operados pela INFRAERO), 70% tinham horários ociosos. Isso significa uma enorme concentração de vôos em poucos locais e horários, colocando ineficiências em todo o sistema. Isso se deve ao crescimento desordenado dos vôos e da falta de planejamento para a organização dos mesmos.
Corroborando com estas informações, levando-se em conta um índice mundial que compara o número de passageiros transportados com a quantidade de quilômetros rodados pelas aeronaves, o país aparecia (em 2007) em 16º lugar no ranking mundial. Ficamos atrás de países como Japão, China, Holanda, Austrália e Rússia, que, apesar de terem menos aeroportos, utilizam de maneira muito mais eficaz e distribuída a sua estrutura.
Outro fator que não contribui para a melhora do setor no Brasil é a grande concentração do mercado. Mais de 80% do mercado de avião domésticas é concentrado em apenas duas empresas. Mesmo com a “guerra” de tarifas, que ocasionou o crescimento em 20% da demanda por vôos nacionais em