O idoso, a crise familiar e as instituições de longa permanência – uma análise sócio-crítica.
RESUMO
O presente trabalho discute alguns aspectos da atual configuração familiar que influenciam diretamente o modo como a população se relaciona e trata seus idosos, uma vez que sentimentos de egoísmo e individualidade acabam,por vezes,tornando filhos e netos incapazes de cuidar de seus pais ou avós, culminando na internação desses anciãos,em asilos.Como muitas dessas instituições,não apresentam adequação para suportar,tratar e manter esses idosos com qualidade de vida,o presente artigo volta os olhos para a legislação vigente e para o verdadeiro papel e necessidade da família ativa no processo de envelhecimento,para que este ocorra de maneira não frustrante e condizente com a tamanha importância da história de vida desses que,no passado,sustentaram em seus braços a história socioeconômica de nosso país.
PALAVRAS-CHAVE: Idosos; Família; Asilos; Assistência Social
INTRODUÇÃO
O idoso institucionalizado constitui, quase sempre, um grupo privado de seus projetos, pois encontra-se afastado da família, da casa,dos amigos,das relações nas quais sua história de vida foi construída.Pode-se associar a essa exclusão social as marcas e sequelas das doenças crônicas não transmissíveis,que são os motivos principais de sua internação inclusive nas Instituições de Longa Permanência(FREIRE JÚNIOR E TAVARES, 2005).A sensibilidade em relação ao afastamento dos idosos da vida social evaporou rapidamente em vários contextos familiares,dando lugar à racionalização dos motivos.Existem expectativas e sentimentos que não podem ser compartilhados quando se chega à velhice,o principal deles é a solidão(SOUZA, 2003).
Os idosos sentem-se excluídos da sociedade mais ampla,mostrando que a admissão em um asilo, normalmente significa não só a ruptura definitiva dos velhos laços afetivos,mas também a necessidade de se submeter a uma vida comunitária com pessoas as quais ele nunca antes teve