O HOMEM CORDIAL POR SERGIO BUARQUE DE HOLANDA

Qual o nexo entre família e estado? Segundo Sérgio Buarque de Holanda, há uma relação de oposição entre família e Estado. Para Holanda, família e Estado deveriam ser encerados de maneira antagônica, não existindo, “entre o circulo familiar e o Estado, uma gradação, mas antes uma descontinuidade e até oposição”. Essa oposição se justifica pelo fato de que o Estado nasce através da transgressão da ordem doméstica familiar, é por meio dessa transgressão de ordem que o indivíduo torna-se “cidadão, contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e responsável, ante as leis da cidade”. Ou seja, para fazer parte do Estado, o individuo entra em confronto com a ordem familiar. Sobre tal ordem, o autor refere-se a Sófocles, abordando o conflito entre Antígona e Creonte: “Creonte encarna a noção abstrata, impessoal da Cidade em luta contra essa realidade tangível e concreta que é a família”. Em seguida, Sergio Buarque de Holanda ressalta os problemas decorrentes da confusão entre família e Estado, evidenciando que pertencem a ordens diferentes por essência. Qual é o conceito de estado burocrático, de acordo com Sérgio Buarque? De acordo com Sérgio Buarque, o Estado burocrático é o Estado “em que prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem garantias judiciais aos cidadãos” Tal modelo de Estado é caracterizado pela ordenação impessoal, ou seja, a maneira de escolher homens para funções públicas baseia-se nas aptidões ao cargo. O estado burocrático, segundo Holanda, e voltado para interesses objetivos. O que é o “homem cordial” Para Sérgio Buarque de Holanda, o “homem cordial” é o homem que tem como característica a “lhaneza no trato, a hospitalidade, a generosidade (...)”. Holanda ressalta que tais virtudes não devem ser tomadas como características de civilidade ou boas maneiras, pois no “homem cordial” são antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Afirma ainda que as atitudes do Homem cordial não estão