O homem como ser social e político
*Homem, sociedade, direito
1. Sociabilidade humana
1.1 O homem, ser social e político
Onde quer que se observe o homem, seja qual for a época e por mais rude e selvagem que possa ser na sua origem, ele sempre é encontrado em estado de convivência com os outros. De fato, desde o seu primeiro aparecimento sobre a Terra, surge em grupos sociais, inicialmente pequenos (família, clã, tribo) e depois maiores (aldeia, cidade, Estado). O fato indiscutível é que o elemento humano é dado à associação; não há para o homem outro ambiente senão o social. Donde a afirmação do brocardo latino: ubi homo, ibi societas (onde o homem, aí a sociedade). A ideia de homem exige a de convivência civil. Em suma, o homem vive na sociedade e em sociedades.
Além de um “ser social”, o homem é também um “ser político”. Podemos dizer que o homem apresenta duas dimensões fundamentais: a “sociabilidade” e a “politicidade”. A primeira vem a ser “a propensão do homem para vier junto com os outros e comunicar-se com eles, torná-los participantes das próprias experiências e dos próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções e os mesmos bens”; a segunda é “o conjunto de relações que o indivíduo mantém com os outros, enquanto faz parte de um grupo social”.
Na realidade, são dois aspectos correlatos de um único fenômeno. O homem é “sociável” e por isso tende a entrar em contato com os seus semelhantes e a formar com eles certas associações estáveis. Porém, começado a fazer parte de grupos organizados, torna-se um ser “político”, ou seja, membro de uma polis, de uma cidade, de um Estado, e, como membro de tal organismo, adquire certos direitos e assume determinados deveres.
1.2. Interpretações da dimensão social do homem
a) Platão (428-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), na antiguidade, interpretaram de maneira oposta a dimensão social do homem. Segundo Platão, trata-se de um fenômeno contingente, enquanto para Aristóteles cuida-se de uma