O home que comeu o meu queijo
Disciplina: Antropologia e Religião
Professor: Roberto Zwetsch
Aluno: Lionel Soares Milani
Por que os homens fazem religião? Talvez nenhuma outra pergunta tenha tido tantas, tão variadas e tão contraditórias respostas. Revelação dos deuses, neurose obsessiva da humanidade, diário em que o homem escreve os seus mais altos pensamentos acerca de si mesmo, ópio do povo: há respostas para todos os gostos. O que torna a religião mais enigmática ainda é o fato de que, apesar de não entender as suas origens – ou talvez precisamente por não entendê-las – o homem não consegue se desvencilhar do seu fascínio. Na realidade, não se tem noticia de cultura alguma que não tenha produzido, de uma forma ou de outra. Numa época anterior à ciência – o homem teria sido levado a imaginar a existência de uma dimensão invisível da realidade, um mundo misterioso habitado por deuses, demônios e espíritos e movidos por forças mágicas. Augusto Comte falava, assim, nas três fases do desenvolvimento humano. A mais primitiva de todas seria a religião. Depois deva veio o período metafísico que nos seus dias já estava desaparecendo sob o impacto de uma forma cientifica, positiva, de compreender a realidade. Em Marx, se a estrutura da explicação se torna diferente, as linhas gerais do “script” permanecem inalteradas. Religião é o produto de uma sociedade irracional e opressiva, um conjunto de ilusões necessárias para que o homem possa suportar as correntes que o escravizam. “A religião é o suspiro da criatura oprimida”. Desaparecendo a opressão, por que suspirar? Com o advento da revolução e a instauração de uma sociedade livre, a religião haveria inevitavelmente de desaparecer. A história, entretanto, parece que se deleita em zombar de nossas previsões cientificas. Quando tudo parecia anunciar os funerais de Deus e o fim da religião, o mundo foi invadido por uma infinidade de novos deuses e demônios, e o novo fervor religioso, que totalmente