O gato da pata estrelada - roteiro para recitar
Por Lena Moraes e Juliano de la Guerra
Lena/você - Era uma estrela de cinco unhas a sua pata, mirada em acarinhar meu rosto, e em me fazer olhar em seus olhos sabedorias que eu deverei desvendar...
Juliano/outra pessoa - O gato, que pegava carona na estrela cadente que passava na meia tarde do horário lunar, mas que sempre se atrasava, pois parava sonsamente pra tomar mingau celestial, um gato blasé, o maior fanfarrão sideral.
Lena/você - O gato da pata estrelada, na noite encantada, esperando a estrela cadente passar e olhando pro nada.
Juliano/outra pessoa - Miava pra Lua, de costas pra rua, a língua no prato, e a ponta da estrela na pata do gato!
Lena/você - E no prato o mingau, o que será que cabe em um prato de mingau celestial?
Cabem sonhos, sombras, brancura de nuvens, luzes salpicadas?
Juliano/outra pessoa - O espaço sideral que, de dentro do prato pra lingua do gato, viaja sozinho no redemoinho de estrelas.
Lena/você - Assim cabe, então, nesse prato, até um buraco? O buraco negro, que come, guloso, tudo, tudo o que passa por perto, até mesmo o inimigo rato, isso é certo!
Juliano/outra pessoa - O Anel de Saturno, o gato noturno fez de bambolê, rodou na cintura, pulou num pe só, e depois devolveu com um laço e um nó!
Lena/você - Em Marte, o gato fez travessuras por toda parte, fuçava nos pés dos passantes, dizia ser engraxate!
E no Sol, de óculos escuros e protetor solar, surfava nas ondas de calor que por lá há.
Juliano/outra pessoa - Pela Via Lactea ele viaja, visita planetas, segue cometas, se esconde no espaço, mas quando tem fome ele volta pra Lua e acaba com sempre a lingua no prato, que esperto esse gato! Lena/você - E