o futuro lá trás
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O artigo abaixo foi adaptado de http://www.cartacapital.com.br/cultura/o-futuro-la-atras. Leia-o com atenção. A seguir, assista ao vídeo a partir do link no final do texto.
O futuro lá atrás
A 55 quilômetros de Belo Horizonte, a familiar Mercearia Paraopeba faz escambo e garante a produção da roça
O vídeo sobre a Mercearia Paraopeba que está no YouTube precisa ser visto. O futuro é aquilo lá e tem um jeitão danado de passado, para os míopes quase cegos. José Augusto de Almeida, o dono da mercearia, resume tudo em uma frase: “Se planta feijão, leva arroz e se planta arroz, leva feijão”.
A mercearia trabalha com muitas moedas. O escambo é uma delas. Confiança é outra. Palavra, amanhã sem falta. Quase tudo se aceita. Reais, inclusive. José Augusto é o pai. Roninho é o apelido do filho. O neto, filho de Roninho, já mostrou interesse pelo assunto. Aos domingos gosta de ficar por lá, proseando com a freguesia. A Paraopeba vai emplacar a terceira geração. E tem tudo para ir para a quarta, quinta…
Fica na cidade de Itabirito, nas Minas Gerais. Segundo os mapas, a 55 quilômetros de BH. Se for o caso, eles dão as sementes para o agricultor e garantem a compra da produção. Como disse, pode até entrar dinheiro, depois, na hora que o produtor precisar de uma panela, uma lata de óleo. Mas o produtor pode não ter o dinheiro. Tem umas galinhas novas e faz um queijo curado muito especial. Pronto, a galinha e o queijo viram moeda. E assim deveria ser. E assim eu digo que será, com aquela isenção dos consultores e economistas com mais diplomas que eu.
Perto de BH está cheio de bons produtores. Tendo uma Paraopeba por perto, eles sobrevivem. Melhor: podem viver com dignidade e seguindo a vocação que talvez lhes tenha sido presenteada por avós. Clássica “tragédia” do pequeno produtor: ser obrigado a abrir mão de sua vocação para plantar alguma coisa que todo mundo ao redor irá plantar e vender para uma