O Fenômeno da Aculturação no Âmbito do Universo Midiático
De maneira geral, o conceito de aculturação pode ser entendido como o processo de mudança cultural no qual há a assimilação de aspectos da cultura de um grupo pelo outro através do contato entre eles, como elucidou Pérsio Santos de Oliveira (INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA, 2011, p. 302), frisando também que o processo em questão envolve, geralmente, certa relação de superioridade entre os dois grupos, para que um imponha seus traços culturais sobre outro. Como relacionar, doravante, o fenômeno de aculturação à atual sociedade em rede?
A resposta pode ser compreendida por meio da análise da ideia de globalização – a integração das sociedades ao redor do globo desenvolveu-se ante ao avanço das tecnologias de comunicação, que possibilitaram a redução das fronteiras entre os países e a agregação de valores distintos. Estabelece-se, portanto, o elo entre os dois temas.
Com o grande aumento da velocidade de disseminação de informações, novos conceitos culturais são transmitidos quase que instantaneamente, contribuindo para a formação de novas identidades contemporâneas e instaurando, de certa forma, uma isonomia entre os modos de pensar de comunidades díspares. E atribuem-se tais transmissões aos modos midiáticos, que passam a ser responsáveis pela padronização de paradigmas de comportamento, envolvendo áreas como a música, moda e hábitos alimentares. Não é incomum observar, por exemplo, que tanto adolescentes dos Estados Unidos como os do Japão e os da Inglaterra ouvem música pop, vestem tênis Nike® e bebem Coca-Cola®.
Nesse diapasão, a inferência de que a mídia está sepultando determinadas tradições ao impor seus preceitos às massas atingidas pela vasta abrangência dos meios comunicativos é lógica, tornando-se causadora do processo de aculturação que assola a sociedade contemporânea. A perda de identidades culturais de nações com tradições ricas e distintas constitui um sério problema da extensa presença da